14.09.2023 | ABIFER | Notícias do Mercado
Fonte: Valor Econômico
Data: 14/09/2023
O governo americano está de olho em desenvolver ou reforçar parcerias em infraestrutura no Brasil, sobretudo em energia e transporte ferroviário neste momento.
Por isso, a diretora da agência americana USTDA (U.S. Trade and Development Agency) Enoh Ebong, que desembarcou em Brasília no último domingo, já se reuniu com representantes do governo federal e também vai se encontrar com lideranças do Rio e de São Paulo.
O objetivo da visita, que deve durar cerca de uma semana, é conversar com atuais parceiros da agência e, além disso, selecionar representantes dos universos privado e público brasileiro para participarem de uma série de visitas técnicas que serão promovidas pelo órgão aos Estados Unidos nos próximos dois anos.
As iniciativas, recém-aprovadas, serão financiadas pela USTDA. A ideia do governo Joe Biden é aproximar mais de 50 brasileiros de agentes setoriais americanos especialistas em regulação e em tecnologia, indústrias, prestadores de serviços e financiadores. Em sua passagem por São Paulo, a agenda da americana inclui uma reunião com o governador Tarcísio de Freitas. No Rio, prefeitura, governo estadual e Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) serão visitados.
Já na capital federal, ela conversou com representantes da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e dos Ministérios de Portos e Aeroportos e da Gestão e Inovação em Serviços Públicos.
“Foi muito positiva a experiência [da conversa com representantes do governo em Brasília]. Existe uma clareza no Brasil de quais são as prioridades.”
Especificamente sobre o interesse em desenvolver projetos conjuntos em energia limpa, ela avaliou que o Brasil “está pensando com foco no futuro”. “Energia limpa é um foco comum para os dois países, que têm dois presidentes [Luiz Inacio Lula da Silva e Joe Biden] que já falaram sobre a importância do clima”, continua Enoh Ebong.
Há duas consequências dos movimentos estratégicos atuais, reiterou. Nascerem novos projetos-piloto em comum entre atores dos dois países ou brasileiros interessados em adquirir tecnologia americana.
As missões comerciais reversas, como também são chamadas as visitas técnicas que estão sendo estruturadas, deverão levar cerca de 30 brasileiros interessados em tecnologias digitais para geração, distribuição e transmissão de energia renovável. Também devem participar outras
20 pessoas que tenham foco em aumento de eficiência operacional para transporte ferroviário de passageiros e carga. A iniciativa inclui um terceiro grupo, ainda sem tamanho definido, interessado em conhecer os avanços recentes dos EUA em projetos de redução de metano .
Segundo a americana, o calendário e as listas de participantes dos dois países ainda estão em elaboração.
Além de ações de aproximação, a agência também financia iniciativas como estudos de viabilidade e assistência técnica para a implementação de tecnologias americanas em projetos brasileiros.
Ela conta que a USTDA se envolveu em centenas de projetos no Brasil desde 1992, e entre os parceiros estão a CPTM,
Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), Associação Brasileira de Transporte Ferroviário de Passageiros (ANPTrilhos) e a concessionária pernambucana de saneamento Compesa.
Com a Cemig, por exemplo, há assistência técnica em um plano de investimentos que visa integrar maior número de consumidores e de sistemas de energia solar em sua rede. Já a assistência técnica à Abradee permite a implantação de redes inteligentes em larga escala pelo país, segundo a agência americana. Os associados da Abradee alcançam 99,8% dos consumidores brasileiros, e o objetivo do projeto é melhorar eficiência e integrar energias renováveis.
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