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Financiamentos do BNDES para infraestrutura superam R$ 57 bi em 2023, alta de 24%. Saneamento e energia lideram

18.01.2024 | | Notícias do Mercado

Fonte: O Globo
Data: 17/01/2024

A diretoria de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do BNDES aprovou, em 2023, R$ 57,4 bilhões em projetos de infraestrutura e em transição energética, valor 24% superior ao contabilizado em 2022 e o maior dos últimos cinco anos.

Repassados ao GLOBO em primeira mão, os números surpreenderam a própria diretoria do banco de fomento, que espera um aumento ainda maior em 2024, graças, principalmente, à queda das taxas de juros no país e à posição de liderança do Brasil na defesa da energia renovável.

Segundo Luciana Costa, diretora responsável pela área, o total aprovado vai mobilizar R$ 132 bilhões em projetos. A instituição costuma financiar parte dos empreendimentos, em conjunto com outros investidores.

— Quando cheguei ao banco, no início do ano passado, depois de 25 anos no setor privado, jamais imaginei que haveria crescimento na aprovação de crédito — afirmou.

Mesmo com a Taxa de Longo Prazo (TLP) sem redutor desde o ano passado, a demanda por empréstimos cresceu. Do total aprovado em 2023, os desembolsos foram de R$ 36,1 bilhões, montante 27% superior ao registrado no ano anterior.

— Começamos a usar esse instrumento com mais frequência e a importância de apoiarmos as emissões é que o mercado de capitais no Brasil não tem muita profundidade ou volume.

Entre as prioridades do banco está o saneamento básico, que ficou com R$ 10,5 bilhões em projetos no Rio, no Amapá e no Paraná. Energia eólica e mobilidade urbana são outros exemplos. A diretora disse que o Rio tem o maior projeto de saneamento do Brasil, com investimentos que chegam a R$ 32 bilhões.

Citou, ainda, o apoio do banco à operação da Atlas Renewable Energy e a Albras, com um empréstimo de US$ 450 milhões para a construção de um complexo de 18 usinas fotovoltaicas, 22 quilômetros de transmissão e uma subestação coletora no município de Janaúba, em Minas Gerais. Foi o maior financiamento em dólares para geração de energia renovável já realizado pela instituição.

Em mobilidade, mencionou a aprovação de R$ 10 bilhões para o financiamento de dois projetos do Novo PAC, para o Estado de São Paulo. Um deles, no valor de R$ 6,4 bilhões, é para realização de aportes públicos no projeto de implantação do Trem Intercidades Eixo Norte (TIC Eixo Norte), que ligará São Paulo a Campinas.

Os outros R$ 3,6 bilhões são para a aquisição de 44 trens (composições) para aa extensão da Linha 2 (Verde) do metrô de São Paulo.

— Nossa expectativa é de continuar crescendo. A queda nas taxas dos juros beneficia investimentos em infraestrutura e energia. E nenhum banco conhece tanto o Brasil como o BNDES, o que ajuda muito nesse cenário favorável. A liderança do Brasil na transição energética global será fundamental na produção de combustível de avião e hidrogênio verde — afirmou.

Luciana Costa enfatizou que o Brasil entra, hoje, na transição energética, com uma carência acentuada em infraestrutura. As maiores lacunas são em mobilidade, logística e saneamento.

— O Brasil é um dos poucos países do mundo que conseguem certificar aeronaves, mas não conseguiu universalizar o saneamento. Nossa prioridade é a transição energética e já estamos vendo isso em ferrovias, eletrificação de frota com projetos que ajudam na descarbonização. Não financiamentos térmicas a carvão, por exemplo. Estamos alinhados com o PAC.