Av. Paulista, 1313 - 9º Andar - Conjunto 912 (11) 3289-1667 [email protected]
pt-bren

Fórum Bandnews debate futuro das metrópoles

25.08.2020 | | Notícias do Mercado

Programa que abre a Convenção Secovi discute papel da legislação urbana na produção de cidades melhores

 

Este foi o tema do 2º Fórum Bandnews, veiculado pelo canal na última segunda-feira (24/8)– com reprise às 22 horas de hoje –, abrindo os trabalhos da Convenção Secovi 2020, que se encerra amanhã. Realizado em parceria com o Secov I-SP e a Fiabci-brasil, e novamente ancorado pelos jornalistas Marcello D’angelo (Bandnews) e Sonia Racy (Estadão ), o programa debateu as tendências das grandes cidades eaimp rescindível necessidade de as legislações contribuírem para o bom desenvolvimento urbano.

 

Raul Lores, Basilio Jafet e José Romeu Ferraz Neto na gravação do Fórum

“O desafio é discutir como resolver as cidades da melhor manei rapara quem nelas vive. E fazer isso deforma desapegada de velhos conceitos e preconceitos. Por vezes, os debates sobre questões urbanas, como ocaso da calibragem da atual Lei de Zoneamento, têm se tornado embates. De um lado, há o empreendedor imobiliário tentando produzir habitações; de outro, correntes ideológicas de urbanistas e parcela da opinião pública dizendo não. Em defesa da sociedade, duelamos com ideologias e radicalismos. E essa ausência de razoabilidades e espelha nas leis que elitizam a cidade”, considerou o presidente do Secovi-SP, Basílio Jafet.

De acordo com José Romeu Ferraz Neto, presidente da Fiabci-Brasil, corrigir os equívocos da atual Lei de Zoneamento é inadiável. “As cidades estão passando por um processo de reflexão, sendo difícil precisar como elas deverão funcionar após a pandemia .“Muitas megacidades do mundo estão revendo seu desenho urbano. Há inúmeras questões pedindo respostas sobre o novo modelo devida e ou sodo espaço público. Como de tudo que acontece, vamos extrair lições dessa pandemia. Lições que vão definir o futuro de nossas cidades, o qual deve ser orientado por legislações urbanas que saibam respeitara dinâmica natural da vida” , armou.

A calibragem da atual Lei de Zoneamento de São Paulo foi amplamente analisada. A Prefeitura de São Paulo elaborou projeto de lei para ajustes pontuais na legislação, afim de suprimir restrições que elitizam acidade e prejudicam a população no acesso à moradia em áreas centrais. Segundo o presidente da Câmara Municipal, Eduardo Tuma, os vereadores estavam prontos para analisar a matéria. Mas uma surpreendente liminar da Justiça impediu o envio da proposta ao Legislativo Municipal. Como consequência, ocorreu um atraso significativo nesta discussão tão importante para acidade.

Entretanto, Tum a armou que existem projetos bem maduros que podem contribuir coma coletividade, caso das Operações Urbanas Chucre Zaidan e Água Branca e do Projeto de Intervenção Urbana (PIU) Vila Leopoldina. “Administradas questões como pandemia, reforma  administrativa e volta às aulas, vamos nos debruçar sobre e lese deliberar até o final do ano”, prometeu.

Raul Juste Lores, jornalista especializado em urbanismo e editor-chefe da Veja São Paulo, ponderou que verticalização e densidade são coisas diferentes. Barcelona, Paris e Buenos Aires, admiradas por todos, são super adensadas, com prédios sem recuos, comércio no térreo e ruas vivas. “É fácil falarem proteger acidade contra o mercado imobiliário, especialmente em áreas centrais. Então, não se cresce onde há infraestrutura e emprego, mas nas bordas da cidade, onde há natureza e mananciais.”

“A capital paulista sofre comum a mentalidade de cidade pequena. Temo suma São Paulo espalhada. E depois reclamamos do trânsito e que tudo está muito longe. Pessoas dizem: ‘no meu bairro não pode ter feira, escola, hospital; que esses problemas sejam mandados para qualquer outro lugar’. Então, temos avenidas centrais desperdiçadas. Ado Pacaembu se tornou reduto das lojas de colchões. A Avenida Brasil, lugar de alguns escritórios sede dezenas de casas abandonadas. Enquanto isso, todos admiram as avenidas São Luiz e Paulista, onde tudo convive.”

“Após décadas, a elite política e intelectual continua acreditando na mesma receita. Não entende que são moradores de diferentes classes sociais que podem recuperar o velho centro. Não enxerga que, em bairros ‘protegidos’ como pulmões da cidade, os moradores têm de ir de carro à farmácia, emitindo CO. Há 50 anos, optamos por seguir na contramão das cidades europeias e sermos a Los Angeles dos pobres. É hora de redesenhar as cidades e combater o egoísmo de quem já tem tudo.” O convidado internacional Edward G la e ser, professor da Universidade Harvard e um dos maiores especialistas do mundo em economia urbana, analisou a conexão entre cidades e sustentabilidade. “Quando estamos perto, consumimos menos combustível fóssil. Pessoas que vivem em áreas densamente urbanas habitam unidades menores e usam menos energia. Isso significa que as cidades são parte da solução para termos uma v ida melhor”, armou.

Glaeser comentou os benefícios da verticalização e do adensamento urbano. Segundo ele, o preço da moradia sempre reflete o equilíbrio entre a demanda e a oferta. “Muitas vezes, os regulamentos públicos, como o zoneamento, restringem demais a oferta de habitações. Idem no que se refere às dificuldades para se construir em determinadas áreas e às leis de proteção do patrimônio histórico. Quando o mercado privado não consegue ofertaras residências que as pessoas precisam, os preços sobem.” E adicionou: “não há nada que substitua o modo devida e o prazer que as cidades oferecem”. O 2º Fórum Band News contou coma parceria de Atlas Schindler, Band, Grupo Souza Lima, Porto Seguro e Segimob.

 

Fonte: Estadão

Data: 25/08/2020