10.11.2025 | ABIFER | Notícias do Mercado
Fonte: Diário de Suzano Data: 09/11/2025
O Movimento de Implantação de Trem entre Rio Grande da Serra e Suzano (MTRS) tem ganhado força nas redes sociais nos últimos dias e reforça um pedido feito desde os anos 2000, quando o DS passou a fazer a cobertura sobre o assunto.
Na ocasião, a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) descartou a implantação de estação de trem em Palmeiras, assunto que voltou a ser falado nas redes sociais nos últimos dias.
Na ocasião, a companhia disse que “o trecho férreo (que liga as cidades de Suzano e Rio Grande da Serra) pertence à MRS Logística, e os sistemas de trens de carga e de passageiros são incompatíveis”.
No início dos anos de 2000, o Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) de Palmeiras iniciou uma campanha para a eletrificação da estrada de ferro que liga as duas cidades, para o transporte de passageiros.
A ideia foi colocada em pauta em reuniões do conselho na Chácara do Amâncio (Rua Hélio, 469, na Estância Angelina).
Desta vez, nos últimos dias, o MTRS reforçou a iniciativa para buscar a criação de uma linha de trem que ligue os dois municípios, facilitando a locomoção de passageiros que vêm do ABC Paulista.
Uma linha chamada EF479 já existe no trecho desejado, mas atualmente é utilizada apenas para o transporte de cargas. As informações são do jornalista Douglas Pires, que abordou o tema em um vídeo publicado em seu canal no YouTube.
A ferrovia, que liga Rio Grande da Serra a Suzano, tem cerca de 30 quilômetros de extensão e foi construída entre 1966 e 1971. Em 2005, a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) realizou um estudo para avaliar a viabilidade de transformar o trecho em uma linha de transporte público, mas concluiu que não havia demanda suficiente. O projeto previa, inclusive, a construção de novas estações, como as de Ourofino Paulista, Palmeiras e Jardim Cacique, que juntas somariam quase 80 mil habitantes atendidos.
O trecho passa pela região do Colocado, em Suzano, e teria como estação final o município. “Na época, acreditaram que não haveria demanda para essa linha. Eu não sou nenhum engenheiro de tráfego ferroviário, mas creio que se essa linha existisse, ela teria demanda sim”, destacou Douglas Pires, em seu vídeo.
Atualmente, moradores de Rio Grande da Serra têm se mobilizado para tentar fazer com que essa demanda seja reconsiderada.
Na semana passada, o DS voltou a entrar em contato com a CPTM para saber se a implantação seria possível nos dias de hoje, e a companhia informou que realizou estudos que identificaram a inviabilidade do traçado devido ao baixo adensamento populacional e necessidade de via dupla em toda extensão, tratamento do solo e da via permanente para a passagem mais frequente de composições de passageiros, além de boa parte dos 27 km do trecho estar em área de proteção de mananciais e matas nativas.
Fundador do MTRS fala dos benefícios da nova linha de trem na cidade
O programa DS Entrevista recebeu, na última quinta-feira (6), o advogado João Prado, fundador do Movimento de Circulação de Trens entre Rio Grande da Serra e Suzano (MTRS). A proposta defende a criação de um trem urbano de passageiros ligando as duas cidades, com paradas em Ribeirão Pires, Ouro Fino e Palmeiras. Além disso, o movimento pretende aproveitar o trecho ferroviário já existente, hoje utilizado pela MRS Logística para transporte de cargas.
Segundo ele, o trecho tem cerca de 30 quilômetros de extensão e poderia ser compartilhado entre trens de carga e de passageiros, sem impacto ambiental. “Isso não seria um custo, mas sim um investimento. A linha já está pronta, com novas estações e a operação do trem urbano, isso traria mais oportunidades de trabalho, estudo e qualidade de vida, ou seja, é um investimento de alto retorno”, disse.
A ideia surgiu em 2017, quando Prado criou um mapa do trajeto e o divulgou nas redes sociais, recebendo apoio popular. “Seriam por volta de 80 mil pessoas beneficiadas, reduzindo o tempo e custos de deslocamento para os moradores”, afirmou. Ele ainda detalhou que: “Hoje, quem mora em Palmeiras ou Ouro Fino precisa pegar ônibus até Ribeirão Pires e depois o trem, mas com essa linha seria muito mais fácil”.
A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) informou ao DS que estudos anteriores apontaram baixo adensamento populacional e necessidade de via dupla em toda a extensão. Para Prado, o argumento é puramente financeiro. “Estão pensando em quanto vão ganhar, e não no benefício social. Além disso, quem decide é o governo do Estado junto com a Assembleia Legislativa, não a CPTM. Os relatórios são considerados, mas não são determinantes”, disse.
O advogado afirmou que o movimento não tem vínculo partidário, mas é um movimento popular e já recebeu apoio de parlamentares como Josias Mineiro, Alessi Brandão e Vicentinho.
“O trem é o transporte mais rápido, barato e seguro, e esse projeto vai integrar o Alto Tietê ao ABC e descentralizar o desenvolvimento da capital. Por isso, o investimento em transporte coletivo é essencial, e o trem é o melhor meio coletivo que temos.”, concluiu.