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Modelo de redes privativas se expande e ganha solidez

16.10.2023 | | Notícias do Mercado

Fonte: Valor Econômico
Data: 11/10/2023

O conceito de redes privativas não é novidade, considerando que uma rede local corporativa é baseada nesse modelo. Com a telefonia móvel 2G, 3G e 4G, o modelo ganhou maturidade, definida como rede não pública destinada ao uso particular de uma empresa, impulsionando a transformação digital nas mais variadas indústrias.

A velocidade de processamento é fundamental para a tomada de decisão na linha de produção e garantir a qualidade. Mineração, transporte e logística, petróleo, gás e manufatura são as verticais mais avançadas na adoção.

Estudo da Omdia mostra que o Brasil é o oitavo mercado em redes privativas no mundo, sendo que 85% em redes móveis anteriores ao 4G, explica Ari Lopes, gerente sênior da Omdia. As receitas globais de redes 5G privativas devem sair de US$ 548 milhões em 2022 para US$ 6,89 bilhões em 2027. O alto custo e a falta de dispositivos padronizados são desafios nessa indústria, aponta o diretor de marketing da Embratel, Alexandre Gomes.

Mesmo em oitavo lugar no ranking, o Brasil conta com as maiores redes privativas do mundo, segundo Marcio Veronesi, diretor de vendas da Nokia. A da Petrobras conta com mais de 20 localidades conectadas em terra nas refinarias e offshore nas plataformas de petróleo com rede 4G pronta para migrar para o 5G.

Outra é a rede da Vale, base para um programa de veículos autônomos para retirar empregados da área de risco. “As redes privativas têm papel preponderante nas iniciativas que aceleram a digitalização industrial integrando tecnologias como Internet das Coisas (IoT), ‘big data’, inteligência artificial e sistemas analíticos para ganhos de eficiência desde o chão de fábrica”, afirma Diego Aguiar, diretor de IoT da Vivo. Na Vale a rede 4G conecta 980 quilômetros da Ferrovia Carajás, inclui a instalação de 49 novas torres de telefonia e ativação de sinal em outras 27 torres já em operação.

A principal demanda dos clientes, segundo Aguiar, além do apoio para a configuração e conexão com múltiplos fornecedores, é a automação e mobilidade dos equipamentos de planta industrial para gerar dados unificados.

“O maior desafio não é apenas conectar, mas administrar e consolidar a quantidade de dados gerados na aplicação por diferentes dispositivos, do chão de fábrica a um caminhão perfuratriz, com informações não uniformes”, afirma Aguiar. Após a implantação da rede, o papel do integrador é unificar os dados das várias aplicações para gerar informações não uniformes”, afirma Aguiar. Após a implantação da rede, o papel do integrador é unificar os dados das várias aplicações para gerar informações relevantes.

A área de saúde é outro mercado que se beneficia da velocidade das redes privadas. A NEC implantou um piloto no Hospital das Clínicas, em São Paulo, para exames de ultrassom remotos. Para José Renato Gonçalves, presidente da NEC, as redes privativas estarão presentes em breve em cirurgias complexas, escolas e no agronegócio. Ele destaca ser necessário a parceria entre diferentes agentes e integradores da cadeia para a entrega de soluções que atendam demandas específicas dos clientes.

O mercado ganhou maturidade com a redes 4G, principalmente nos segmentos de mineração e setor elétrico, além do agronegócio. Para Werner Schaefer, vice-presidente de redes da Intel, o Brasil tem um terreno fértil para a tecnologia em localidades com baixa densidade populacional, principalmente na conexão de escolas, além de fazendas.

Gomes, da Embratel, destaca aplicações na área de segurança, para evitar acidentes industriais, e automação de dispositivos para controle sobre perdas de produção. “As tecnologias que habilitam essas aplicações são a inteligência artificial, aprendizado de máquina e Internet das Coisas (IoT) apoiadas por um ecossistema de parceiros”, afirma.

A Embratel em conjunto com a Claro implantou uma rede privativa 4G e 5G na siderúrgica Gerdau em Ouro Branco (MG), criando uma backbone (rede de transporte) para automação, rastreabilidade e uso de dados para dar mais segurança aos processos, incluindo planejamento, produção e logística.

A coleta de vídeo em tempo real para fins de controle de acesso e segurança é outra aplicação em crescimento, além da mobilidade nas linhas de produção robotizadas e priorização de tráfego. Essas aplicações de IoT trabalham com milhares de sensores e dispositivos conectados viabilizando a transmissão de dados em tempo real.]

Os grandes provedores de nuvem, como AWS, Microsoft e Google, ainda não definiram estratégias para as redes privativas, podendo ser concorrentes e, também, parceiras das operadoras em ofertas conjuntas, aponta Virgílio Fiorese, diretor da Amdocs. Segundo Gomes, a Embratel já é parceira de diversos provedores, como a AWS.