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Nova safra de grãos deve bater recorde

05.06.2020 | | Notícias do Mercado

A safra brasileira de soja na temporada 2020/21, que começa a ser semeada em setembro, deve atingir um volume recorde de 131 milhões de toneladas. A projeção é do Itaú BBA, que divulgou ontem as previsões para o setor agrícola. De acordo com os analistas do banco, o aumento no plantio de soja ocorre no embalo dos preços elevados e da safra rentável do ciclo 2019/20.

A expectativa do Itaú BBA é que a área de cultivo cresça 2,4% na comparação com a atual safra, na qual o país dedicou 36,8 milhões de hectares à cultura. A produção do grão no atual ciclo foi estimada em 123 milhões de toneladas.

“Boas margens e relação de troca atrativa para 2020/21 devem levar a esse aumento de área plantada no país”, afirmou o gerente de consultoria de agronegócios do Itaú BBA, Guilherme Bellotti. De acordo com ele, 30% da produção futura foi vendida antecipadamente. No mesmo período de 2019, de 10% a 12% da soja estava vendida antecipadamente.

Bellotti estimou que as exportações brasileiras da oleaginosa alcançarão 75 milhões de toneladas em 2020, queda de 3,7% ante a 77,9 milhões de toneladas exportadas em 2019. De janeiro a maio, o país exportou 49,7 milhões de toneladas da oleaginosa, sendo a China responsável por 73% do volume ou 36,3 milhões de toneladas, segundo dados da Associação Nacional dos Exportadores de Grãos (Anec).

Um eventual aumento do volume exportado dependerá de como as relações entre China e Estados Unidos se darão no segundo semestre. De acordo com Pedro Fernandes, diretor de agronegócios do Itaú BBA, tensões devem trazer um benefício para o Brasil, ao deslocar a demanda que viria dos EUA para o país. No entanto, uma nova crise entre os dois países afetaria a economia global como um todo, com impacto na demanda no longo prazo. Além disso, Bellotti disse que o recrudescimento das relações entre os países pode pressionar as cotações do grão na bolsa de Chicago.

Para o milho, a expectativa do banco é que a produção total brasileira alcance o volume recorde de 109 milhões de toneladas na safra 2020/21, superando o recorde anterior de 100 milhões de toneladas alcançado em 2018/19. A área plantada deve aumentar 3% ante os atuais 18,5 milhões de hectares dedicados à cultura. Do total, 28 milhões de toneladas deverão ser colhidas na safra de verão. A produção da segunda safra deverá alcançar 80 milhões de toneladas.

Na atual safra (2019/20), o Brasil deve colher um total de 98 milhões de toneladas de milho, sendo 71 milhões de toneladas na segunda safra, que está em fase de colhida e que registrou patamar recorde de preço no mercado interno. “O cenário de oferta apertada no primeiro semestre, com quebra na safra do Rio Grande do Sul, propiciou preços elevados até início de maio, com grande prêmio sobre a paridade de exportação”, afirmou Bellotti.

 

Fonte: Valor

Data: 05/06/2020