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Opinião – Novos trilhos para um portal logístico

06.11.2023 | | Notícias do Mercado

Fonte: Correio 24 Horas
Data: 01/11/2023

O modal ferroviário brasileiro passou por relevantes transformações nos últimos anos, com esforços para revitalizar e expandir a malha do país e levar, por meio dos trilhos, desenvolvimento econômico para lugares remotos. O Brasil possui um sistema de ferrovias com potencial para impulsionar o crescimento e a competitividade em importantes setores da economia. Hoje, o transporte ferroviário representa apenas 20% das cargas que percorrem o Brasil – o mesmo volume de 1990 – o que demonstra o potencial de expansão a ser atingido.

A densidade ferroviária no Brasil é de 3,1 m/km², pouco incrementada se comparada aos EUA (150m/km²) e Argentina (15m/km²), por exemplo. Nos anos 60, a malha ferroviária brasileira chegou ao seu auge, com 38 mil km de ferrovias, contra 30 mil km atuais, para o transporte de cargas e passageiros. De lá para cá, a falta de novos investimentos e o desenvolvimento do transporte rodoviário, por conta do baixo custo de implantação das rodovias, tirou o fôlego das locomotivas.

Com um plano para tentar dobrar a extensão da malha ferroviária brasileira em até seis anos, o governo tem empenhado esforços na busca pela concessão de trechos ferroviários, o que envolve a transferência da administração e operação de ferrovias para empresas privadas, que devem investir na modernização e expansão do modal.

É neste sentido que o trecho I da Ferrovia Oeste-Leste (Fiol I), que terá um total de 537 quilômetros de extensão percorrendo 19 municípios, está tomando forma na Bahia. Ligando as cidades de Caetité e Ilhéus – onde está localizado o Porto Sul, a ferrovia terá capacidade para movimentar 60 milhões de toneladas de carga por ano, volume extremamente relevante para o escoamento de commodities minerais e agrícolas, além de outros tipos de cargas para os mercados transoceânicos.

Este é um grande passo em andamento para modernizar e expandir a infraestrutura do país. A aprovação do novo marco regulatório em 2021 e a busca por parcerias público-privadas são indicativos de maior atenção e investimentos no modal. Prova deste esforço conjunto, é que a Agência Nacional de Transportes Terrestres divulgou que a expansão da malha ferroviária do país já soma 12 mil quilômetros de novos trilhos, em 19 unidades da federação, totalizando investimentos de R$ 170 bilhões.

É inegável que os investimentos em infraestrutura ferroviária são fundamentais para a redução da dependência do transporte rodoviário e para a melhoria da logística. O Brasil tem a oportunidade de se tornar um hub logístico internacional, conectando os principais polos de produção às regiões do país. A Bahia tem localização estratégica na costa brasileira e no continente sul-americano para se consolidar como um dos mais importantes portais logísticos brasileiros.

Sérgio Leite é CEO de Ferrovias da BAMIN