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Porto Alegre contratará estudo para possível implementação de VLT

07.08.2025 | | ABIFER News

Fonte: Jornal do Comércio
Data: 06/08/2025

A prefeitura de Porto Alegre deve contratar ainda em 2025 um estudo de viabilidade para reestruturar o sistema de transporte coletivo da Capital. Financiado pelo Banco Mundial, o levantamento técnico analisará diferentes modais – entre eles, o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Embora o projeto esteja em fase inicial, a inclusão do VLT reacende discussões sobre a adoção de um transporte mais moderno na cidade. “Estamos discutindo o sistema como um todo. O VLT é uma possibilidade interessante, mas o estudo vai considerar outras alternativas também”, afirma o secretário municipal de Planejamento e Gestão, Cezar Schirmer. Segundo ele, o termo de referência está sendo finalizado e o edital para a contratação da consultoria técnica deve ser lançado até o fim do ano.

Entre os cenários em avaliação, está a implantação de uma linha de VLT ligando o Aeroporto Salgado Filho ao Centro Histórico, pela avenida Farrapos, em um trajeto estimado de 6,8 quilômetros. “É uma região degradada, com problemas sérios de mobilidade. Um modal limpo, silencioso e confortável como o VLT pode qualificar o entorno, atrair moradores, estimular o comércio e reorganizar o fluxo urbano”, defende. A proposta não é nova. Em 2021, durante o primeiro ano do governo de Sebastião Melo, uma pesquisa municipal vinculada ao Programa de Reabilitação do Centro Histórico já apontava que mais de 60% da população via com bons olhos a adoção de um “bonde moderno” para substituir ônibus e lotações. À época, o trajeto cogitado ia da Rodoviária ao Mercado Público, com extensão futura até a Usina do Gasômetro. Hoje, um dos modelos observados por Porto Alegre é o Veículo Leve sobre Trilhos do Rio de Janeiro, que entrou em operação em 2016. Integrado ao metrô, trens e ônibus, o sistema carioca, segundo dados da prefeitura, transportou mais de 121 milhões de passageiros entre 2016 e 2023 e permitiu uma redução de cerca de 60% no número de ônibus em circulação no Centro da cidade.

A possível adoção do VLT na Capital também se alinha a diretrizes mais amplas de planejamento regional. O Estudo Nacional de Mobilidade Urbana (ENMU) projeta uma ampliação de 115% na rede de transporte coletivo de média e alta capacidade na Região Metropolitana de Porto Alegre até 2054, o que representaria 130 km adicionais de trilhos ou corredores qualificados. Com a expansão da rede e políticas públicas de incentivo, o número de passageiros transportados por dia útil poderia aumentar em 67%, alcançando 1,2 milhão. Segundo Schirmer, a escolha de um novo modal deve levar em conta não apenas a eficiência do transporte, mas o equilíbrio financeiro do sistema.

“Hoje temos ônibus circulando praticamente vazios, com alto custo para o sistema. Um transporte como o VLT, operando com outra lógica, pode reduzir o número de ônibus e tornar a mobilidade urbana mais eficiente”, argumenta. Ainda não há estimativas de custo nem definição sobre o modelo. O estudo deverá avaliar tecnologias disponíveis, como sistemas com catenária (cabos aéreos), trilhos energizados por baixo e controle no solo. Também serão analisados os impactos tarifários para a população, o tempo estimado de retorno do investimento e a integração com os demais modais. No Rio de Janeiro, por exemplo, a tarifa do VLT atualmente é de R$ 4,70.