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Sem encomendas, palavra de ordem nas companhias é diversificar

13.10.2022 | | Notícias do Mercado

Fonte: Valor Econômico
Data: 13/10/2022

Sob recuperação judicial, os três grandes estaleiros construídos para produzir embarcações e plataformas da Petrobras foram obrigados a diversificar seus modelos de negócios para pagar credores e manter operações ativas. As empresas vêm apostando em reparos de embarcações e na atuação como terminais portuários.

Agora denominado Atlântico Sul Heavy Industries, o ex-EAS passou a produzir grandes estruturas, como as instalações submarinas para projetos de petróleo e gás (“subsea”), e visa o setor de geração eólica terrestre e offshore. Em setembro, o Atlântico Sul fechou o primeiro contrato para fornecer estruturas “subsea” e conta com uma carteira significativa”, afirma a presidente do Atlântico Sul, Nicole Terpins. “Esperamos que [os projetos] tragam incremento importante nas nossas receitas.”

Depois de vender para a Maersk, em julho, por R$ 495 milhões, uma área não utilizada, a empresa trabalha pela venda de outra área, o que depende do cumprimento de algumas condições, segundo Terpins. O EAS pediu recuperação judicial em janeiro de 2020, cujo plano foi aceito pela Justiça em maio de 2021.

A Ecovix, por sua vez, tem usado a condição de ter o maior dique seco da América Latina como atrativo para seu terminal portuário. “Nós qualificamos nosso cais para atuar como porto”, afirmou José Antunes Sobrinho, acionista da Nova Engevix, dona da Ecovix.

A empresa pediu recuperação judicial em 2016, quando o conteúdo local mínimo exigido era de 75%. O plano foi aprovado em 2018, mas a Ecovix deve propor aditivo em breve, pois nesse período o conteúdo local mínimo exigido foi reduzido.

O estaleiro chegou a ter na carteira a construção de oito plataformas de petróleo, mas só cinco foram concluídas. Das três unidades não entregues, uma estava em construção e teve 40 mil toneladas de aço vendidas como sucata.

As atividades portuárias também tornaram-se a maior fonte de receita do Enseada, cujo terminal está licenciado para movimentar 3 milhões de toneladas por ano de cargas de minério de ferro e manganês. A empresa se diz preparada para uma eventual retomada das atividades. O Enseada, cuja recuperação judicial foi aprovada no fim de 2021, firmou parceria com a Tenenge para obter maior competitividade em projetos onshore e offshore, disse Ricardo Ricardi, presidente do Enseada.