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Sem receber investimento adequado, ferrovia em Corumbá vai ser acompanhada pelo Estado

25.03.2021 | | Notícias do Mercado

Ferrovia em Mato Grosso do Sul

O governo do Estado informou que tem uma comissão para acompanhar as situações das ferrovias em Mato Grosso do Sul. Em Corumbá, a Malha Oeste está privatizada desde a década de 1990, mas até hoje não recebeu investimento adequado para voltar a funcionar de forma adequada para realizar o transporte principalmente de minério de ferro, principal produto de exportação do município.

A última empresa concessionária era a Rumo, que desistiu de permanecer no ramal e decidiu entregar a concessão. Já houve autorização para que haja uma nova licitação.

“Esta ferrovia está em processos de relicitação. A empresa Rumo entregou o comando ao governo federal de volta e agora a malha será relicitada. Estão se fazendo agora os estudos de viabilidade. Até o final do ano devem fazer as audiências públicas para abrir o processo (licitação)”, explicou o titular da Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), Jaime Verruck.

O grupo de trabalho terá como foco acompanhar também as ferrovias Ferroeste e Ferronorte. Entre as funções da equipe está o acompanhamento dos processos de implementação das novas malhas (ferroviárias), modernizações, investimentos feitos pela iniciativa privada no setor, acompanhar os processos de relicitação e licenciamentos ambientais dos empreendimentos.

“O grande diferencial de outros países é o ganho de competitividade com o setor ferroviário. Temos que seguir este caminho. Se melhorarmos a logística, vamos competir ainda mais forte com eles. Apressar estes eixos (logísticos) vai reduzir nossos custos e trazer ganhos ao setor produtivo”, opinou o governador Reinaldo Azambuja (PSDB).

São 12 membros titulares indicados pelas secretarias e instituições para mandato de dois anos. O presidente da GT Ferrovias MS será o secretário estadual de Meio Ambiente de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck. Serão definidos o calendário de encontros e o grupo poderá requisitar estudos técnicos aos órgãos e às entidades de Poder Executivo Estadual e a outras entidades privadas para subsidiar os trabalhos e definir medidas no setor. Os integrantes não serão remunerados por sua participação nas atividades. A criação do grupo foi publicada nesta terça-feira (23), no Diário Oficial do Estado.

O grupo de trabalho terá representantes da Semagro, Seinfra (Secretaria de Estado de Infraestrutura), Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Assembleia Legislativa, Fiems (Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul), Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), PPI (Programa de Parcerias de Investimentos), ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), Sindicato de Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de Bauru e três da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul).

Situação da ferrovia em Corumbá

A ferrovia é um problema crônico e sua estrutura vem se deteriorando ano após ano por não haver investimento. Para transporte de passageiros, o meio não é nem cogitado. Na questão de carga, há ainda um desencontro entre capacidade de transporte e viabilidade econômica. A bitola que existe no trecho a partir de Corumbá é a de 1 metro, sendo que o modelo voltado para o transporte de cargas é a de 1.600 mm entre trilhos, também chamada de bitola irlandesa.

O governo federal reconhece que a infraestrutura da Malha Oeste está depreciada e os investimentos realizados “estão em patamares insuficientes para a sua manutenção, acarretando perda da capacidade de transporte, velocidades abaixo de seu potencial e volume de carga transportado limitado”.

O termo aditivo ao contrato de concessão da Malha Oeste para que haja a relicitação só deve ocorrer no prazo de 90 dias, contados a partir de 19 de fevereiro. Portanto, nenhuma modificação efeitiva para melhoria da ferrovia irá acontecer no curto prazo. E ainda será preciso aguardar se alguma empresa manifestará interesse na concessão da ferrovia.

A Malha Oeste chegou a ser controlada pela Ferrovia Novoeste S.A a partir em julho de 1996. Em julho de 2008, a Novoeste passou a ser controlada pela ALL (América Latina Logística). Em 2015, houve processo de fusão da concessionária com a Rumo Logística. E mesmo depois da ferrovia ter passado por três empresas no período de 24 anos, esse período não foi suficiente para garantir melhoria efetiva.

 

Fonte: Correio de Corumbá

Data: 23/03/2021