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Terminais da Transnordestina devem ser financiados por banco internacional

06.02.2025 | | Notícias do Mercado

Fonte: Diário do Nordeste
Data: 03/02/2025

A construção de terminais na ferrovia Transnordestina pode ser financiada pelo banco dos Brics (grupo composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB). A intenção do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) é de que haja liberação de recursos ainda neste ano.

A informação é do secretário Nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros do MIDR, Eduardo Tavares, em entrevista ao Diário do Nordeste. Ele explica que o ministério tem buscado há algum tempo fazer captações internacionais para os fundos de desenvolvimento, com a intenção de aumentar os recursos para concessionários, como no caso da Transnordestina Logística S.A. (TLSA).

No final de 2023, uma carta consulta na Comissão de Financiamentos Externo (Cofiex) para captação de US$ 500 milhões junto ao banco dos Brics, o NDB, foi aprovada para capitalização dos fundos regionais do Nordeste (FDNE), da Amazônia (FDA) e do Centro-Oeste (FDCO).

“Tivemos agora, nessa semana, a confirmação do banco (sobre aquele pedido). Então, o NDB aprovou esse empréstimo e a gente, agora, segue para a contratação, com previsão de ingresso de recursos ainda esse ano. Esse empréstimo, além de várias oportunidades que vão ser geradas na região, também vai poder financiar esses terminais (intermodais) da ferrovia Transnordestina e outras ferrovias do Nordeste”, comentou.

VALORES AINDA NÃO DEFINIDOS POR OBRA

Tavares afirma que o valor que poderá ser aportado para estas obras, como os terminais, ainda não foi definido. “Não debatemos ainda com os segmentos. A ideia é que a gente possa, inclusive, fazer as reuniões, estimar qual é a demanda e eventualmente até fazer um ‘blend’ (união de recursos)”.

Com isso, segundo ele, uma parte seria FNE (Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste), uma parte FDNE, e/ou BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que também é disponível para esse tipo de parceria.

“Enfim, acho que a gente tem aí um ecossistema do sistema financeiro nacional e bancos públicos para apoiarmos essas iniciativas tão importantes para a região”, reforça.

TIPOS DE TERMINAIS NA TRANSNORDESTINA

Até agora, dois tipos de ponto de parada de carga e descarga são apontados como possíveis para a ferrovia Transnordestina. São eles o terminal intermodal e o porto seco. O primeiro, é um terminal onde na mesma estrutura há o acesso de mais de um modo de transporte, como rodoviário e ferroviário, hidroviário e ferroviário, por exemplo. Se for uma estrutura menor e temporária, pode ser chamado de terminal itinerante.

Já o porto seco, de acordo com a Receita Federal do Brasil (RFB), são recintos aduaneiros de uso público, localizados em zona secundária ou em ponto de fronteira, destinados à prestação de serviços de movimentação, armazenamento, industrialização, manutenção ou despacho aduaneiro de mercadorias e de bens, inclusive de viajantes.

O QUE ESTÁ PREVISTO ATÉ O MOMENTO PARA A TRANSNORDESTINA
  • Terminal Intermodal em Bela Vista do Piauí (PI): uso para movimentação e armazenamento milho, soja e outros produtos com destino à bacia leiteira/ sertão central do Cará. Este será um terminal próprio da TLSA.
  • Terminal Logístico de Iguatu (CE): O terminal será de responsabilidade de um grupo de empresários e nele será feita a recepção de carga ferroviária, armazenamento e distribuição dos volumes para atender a região central do Ceará. As cargas serão originadas a partir do terminal da TLSA no Piauí e terão como destino o município de Iguatu.
  • Porto Seco de Quixeramobim – Esta estrutura é de responsabilidade da empresa Value Global Group. Há instrumentos firmados entre a Value e a TLSA, assim como entre o Terminal Logístico de Iguatu e a TLSA para transporte de cargas.

Questionada pela reportagem sobre a instalação de outros terminais próprios, a Transnordestina Logística S.A. afirma que dependerá da demanda que está sendo mapeada. Sobre a possibilidade de haver financiamento internacional para essas obras de terminais, a empresa, por meio de sua assessoria de comunicação, diz não comentar.