20.10.2020 | ABIFER | Notícias do Mercado
Secretário de transportes anunciou o início dos testes do projeto HydroFLEX no fim de setembro deste ano
O lançamento dos testes do HydroFLEX, o primeiro trem movido a hidrogênio do Reino Unido, anunciado em 30 de setembro de 2020 pelo secretário de transportes Grant Shapps, inaugura um grande passo para a redução das emissões de carbono no país.
Os testes podem ajudar o Reino Unido a atingir suas metas de chegar a zero emissões em 2050.
O HydroFLEX é uma parceria entre a Universidade de Birmingham e a empresa de material rodante Porterbrook, e levou dois anos para ser desenvolvido com investimento de 1 milhão de libras, cerca de R$ 7,3 milhões.
O projeto recebeu apoio do governo do Reino Unido, cujo Departamento de Transporte (DfT) contribuiu com 750 mil libras (R$ 5,5 milhões).
O trem a hidrogênio HydroFLEX não emite gases de efeito estufa, e usa hidrogênio e oxigênio para produzir eletricidade, água e calor.
A tecnologia deve estar disponível em 2023, quando os trens atualmente em uso estarão adaptados para o novo combustível.
A Universidade de Birmingham já está avançando para a próxima fase do projeto, que envolve um módulo movido a hidrogênio e uma bateria que pode ser instalada embaixo dos trens, permitindo mais espaço nos vagões.
“Conforme continuamos em nosso caminho para uma recuperação verde, sabemos que para realmente aproveitar o poder do transporte para melhorar nosso país – e para definir um padrão global de qualidade – devemos realmente incorporar a mudança”, disse Shapps.
O diretor da faculdade de engenharia e ciências físicas da Universidade de Birmingham, Professor Stephen Jarvis, afirmou que o projeto HydroFLEX é um grande exemplo de como a pesquisa e o desenvolvimento de classe mundial, juntamente com as parcerias certas da indústria, podem fornecer tecnologias de descarbonização que são inovadoras e práticas.
“O teste bem-sucedido da linha principal é um marco importante para o HydroFLEX e é uma demonstração clara do importante papel que o hidrogênio tem a desempenhar na indústria ferroviária do Reino Unido”, disse o professor.
A resposta geral da indústria ao projeto foi positiva.
A CEO da Porterbrook, Mary Grant, reiterou o compromisso da empresa em fornecer “uma ferrovia sustentável e neutra em carbono“.
Ao revelar o novo trem, o secretário Grant Shapps também anunciou os planos do DfT de transformar o Vale Tees, uma região no nordeste da Inglaterra, em um centro de transporte de hidrogênio.
O objetivo do plano é investir em hidrogênio como combustível alternativo ao mesmo tempo em que serão criados centenas de empregos na área.
O DfT encomendou um plano básico para entender a viabilidade do hub.
A pesquisa, a ser publicada em janeiro de 2021, enfocará como o hidrogênio pode alimentar ônibus, e o transporte de mercadorias pesadas por ferrovias, pelo setor marítimo e pela aviação em todo o Reino Unido.
Através do programa de transporte de hidrogênio patrocinado pelo governo, 6,3 milhões de libras (R$ 46 milhões) serão destinados a uma estação de reabastecimento de hidrogênio, e a 19 veículos de lixo operados com a tecnologia em Glasgow, na Escócia.
PROJETOS NA ALEMANHA
Como mostrou o Diário do Transporte, o investimento em trens a hidrogênio também é tema central na Alemanha.
A Siemens Energy e a Siemens Mobility assinaram recentemente um Memorando de Entendimento (MoU) para desenvolver e oferecer em conjunto sistemas de hidrogênio para trens.
O acordo de cooperação foi assinado por Albrecht Neumann, CEO da área de Rolling Stock da Siemens Mobility, e Armin Schnettler, vice-presidente executivo (EVP) de New Energy Business da Siemens Energy.
O objetivo é alcançar soluções holísticas de hidrogênio para o transporte ferroviário. Desta forma, a parceria buscará promover o hidrogênio na economia da Alemanha e da Europa, apoiando a descarbonização no setor de mobilidade. Relembre.
Fonte: Diário do Transporte
Data: 17/10/2020