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Unitah avalia elevar aportes em concessão do Metrô

05.06.2020 | | Notícias do Mercado

Luiz Fernando Ferraz Bueno, presidente da Unitah Empreendimentos, diz esperar taxa de retorno de 20% ao ano – Foto: Divulgação

A Unitah Empreendimentos, que detém a concessão para explorar e desenvolver propriedades imobiliárias para renda com locação em espaços comerciais de terminais urbanos ligados a 3 estações de metrô paulistano, avalia elevar os investimentos e as áreas construídas em relação aos previstos em contrato. A concessão tem prazo de 30 anos e as estações estão nas linhas azul e vermelha. Está em estudo a possibilidade de aumentar para patamar de R$ 500 milhões a R$ 600 milhões o valor a ser investido, ante a exigência de aporte mínimo de R$ 320 milhões.

“Estamos muito animados em transformar os 84 mil metros quadrados previstos em mais de 200 mil metros quadrados em menos de quatro anos”, disse ao Valor o presidente da Unitah Empreendimentos, Luiz Fernando Ferraz Bueno. Conforme as regras da concessão, a área edificável mínima é de 11,2 mil metros quadrados, em quatro anos, 43,6 mil metros quadrados, em sete anos, e 84,1 mil metros quadrados em dez anos.

No projeto em avaliação pela Unitah, a área bruta locável (ABL) dos terminais poderá chegar a 212,997 mil metros quadrados, dos quais 103,4 mil metros quadrados irão para imóveis para locação residencial e de moradia estudantil. Conforme o perfil de cada terminal, poderá haver também escritórios, hospitais, instituições de ensino e academia, além do que está previsto para todos os empreendimentos – comércio, serviços e alimentação.

O grupo Rezek – que atua em empreendimentos imobiliários, no agronegócio, em tecnologia e serviços – e a Mega Polo Moda – varejista com atuação no bairro paulistano do Brás – possuem, em conjunto, 66,67% da Unitah Empreendimentos, enquanto os demais 33,33% pertencem à Planova, empresa com foco em construção e infraestrutura.

A Unitah ficará responsável pela gestão da zeladoria dos terminais, incluindo segurança, limpeza, manutenção e paisagismo, e terá receita a partir do aluguel das propriedades a serem desenvolvidas nos locais.

A expectativa de taxa de retorno é de 20% ao ano, com “pay-back” de oito a dez anos. Já foram pagos R$ 11 milhões de outorga e, de cada receita obtida, 8% será destinado ao Metrô de São Paulo. A partir do quinto no de contrato, a Unitah pagará, mensalmente, o que for maior – 8% da receita ou R$ 855 mil. “O Metrô deixa de gastar R$ 22 milhões por ano para manter segurança e conservação”, disse Bueno.

Os empreendimentos – que terão o nome comercial Praça Unitah seguido do nome da estação de metrô – serão destinados aos usuários do sistema de transporte e à região primária do entorno. Segundo o executivo, mais de 80% do público das estações de metrô das quais a empresa tem a concessão para explorar os terminais de ônibus têm renda mensal de R$ 3,5 mil a R$ 5,5 mil.

A atuação do consórcio começou pela reforma e revitalização dos 13 terminais, com início do funcionamento das lojas previstos para de julho a setembro, conforme o empreendimento.

Seis deles não são edificáveis e, neles, a Unitah irá manter a estrutura já existente, com revitalização e possibilidade de aumentar o número de lojas disponíveis. Nos terminais considerados “edificáveis”, a empresa pode construir o equivalente a quatro vezes a área do terrenos, exceto no vinculado à estação Santana, com potencial construtivo de duas vezes. Os projetos de aumento de área estão em fase de validação, e a empresa espera dar início às obras em 2021.

De acordo com Bueno, para desenvolver os projetos Praça Unitah, a empresa buscou inspirações desde aeroportos modernos, como o de Guarulhos e Madrid-Barajas, passando por espaços revitalizados, como o Puerto Madero, em Buenos Aires, até as transformações da antiga sede da Light no Shopping Light e dos postos de gasolina de beira de estrada nos marketplaces atuais.

“A intenção é oferecer tudo o que você precisa em um lugar completo”, diz o executivo. Segundo o presidente da Unitah, os empreendimentos terão “cara de shopping center”, “wifi” gratuito e banheiros revitalizados.

As conversas com potenciais operadores da área residencial para locação e moradia estudantil já começaram, assim como as tratativas com uma rede de hospitais interessada em ter unidade em um dos terminais do metrô Tatuapé. Os terminais Ana Rosa, Patriarca, Santana e Tatuapé terão shopping centers. O Shopping Metrô Santana está sendo planejado pela Lumine, que poderá responder também pela comercialização e a administração.

Grandes redes varejistas serão âncora das Praças Unitah, mas a maioria das lojas será ocupada por pequenos empreendedores. Segundo o executivo, uma plataforma digital possibilitará que interessados façam simulação do valor de locação, se cadastrem conforme a área buscada e o perfil da loja (franquia ou própria), e tenham acesso a fornecedores de crédito virtual. Em cada projeto, haverá espaços de 1,5 metro quadrado para camelôs, com preço de locação de R$ 500 a R$ 1.000. As lojas funcionarão de 7 às 22 horas, com horário opcional de 5 às 23 horas.

 

Fonte: Valor

Data: 05/06/2020