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Azambuja pede um Bolsonaro urgência na relicitação da Malha Oeste em MS

21.08.2020 | | Notícias do Mercado

O trecho sul-mato-grossense integra o projeto da Ferrovia Transamericana e quer ligar o Brasil aos portos chilenos

 

Durante o anúncio de inauguração de uma nova estação de radares do Destacamento de Controle do Espaço Aéreo, em Corumbá, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), pediu ao presidente da República Jair Messias Bolsonaro (sem partido), urgência na relicitação da Malha Oeste.  

A ferrovia que foi desativada em Mato Grosso do Sul e faz parte dos planos de gestão estadual para uma rota de integração que liga o Brasil aos portos chilenos.  

O presidente da República, Jair Bolsonaro, realiza nesta terça-feira (18) a primeira visita oficial a Mato Grosso do Sul. Esta é a primeira vez que o chefe de Executivo vem ao Estado desde a posse em 2019.

O governador frisou, durante o discurso, que não poderia de deixar passar a oportunidade de fazer um pedido ao presidente. 

“Temos urgência na relicitação da Malha Oeste, a nossa antiga rede limitada, isso é fundamental para o desenvolvimento e integração latino-americana. Com a revitalização da Malha Oeste teríamos a primeira, viabilizada, integração sul-americana de Atlântico e Pacífico ”, destacou Azambuja que ainda complementou.

“Com certeza [a ferrovia] vai dar uma grande capacidade de desenvolvimento social, de geração de oportunidades, ao Brasil e principalmente ao Centro-Oeste brasileiro, tornando os nossos produtos mais competitivos nos mercados internacionais”, destacou.  

O trecho operado pela Rumo SA em Mato Grosso do Sul integra o projeto da Ferrovia Transamericana, uma rota bioceânica exata, entre os oceanos Pacífico e Atlântico.  

Mas ao contrário da Rota Bioceânica rodoviária que precisa ser toda interligada, os trilhos da ferrovia já existem, só precisam de revitalização. Em Corumbá, a Malha Oeste já se conecta com o Expresso Oriental, da Bolívia.  

Relicitação da Ferrovia

A Rumo é a empresa detentora da concessão da Malha Oeste, ferrovia que liga a cidade de Mairinque (SP) a Corumbá e que atravessa Mato Grosso do Sul de leste a oeste, passando por Três Lagoas e Campo Grande e com um ramal que liga a Capital a Ponta Porã.  

No mês passado, uma empresa informou à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) que, durante as conseqüências do processo de relicitação, continuará operando os serviços de transporte ferroviário de cargas, de acordo com as condições, os prazos e as determinações da ANTT.  

A próxima etapa do processo de relicitação será a apresentação, pela Rumo, de uma proposta para renegociar o contrato de concessão, que venceria em 2026.  

Ao Correio do Estado, o titular da secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, disse que as tratativas giram em três caminhos.  

“O primeiro foi a ampliação do prazo de concessão. Neste caminho, nós não conseguimos avançar. O segundo caminho seria a caducidade, que também seria desmorado, por mais que foi aberto o processo para se declarar a caducidade. O pedido terceiro caminho é o processo de relicitação, que dependia do Rumo. Recentemente, em uma reunião em que participaram de toda a diretoria da Rumo, o governador Reinaldo Azambuja e a ministra [da Agricultura] Tereza Cristina, a Rumo apresentou o pedido de relicitação e já formalizou a intenção. Estamos confiando e buscando apoio em toda bancada “, disse.  

O secretário ainda está aberto para uma estrutura fundamental para o Estado. “É fundamental para viabilizar uma série de investimentos, inclusive a saída de minério de Corumbá, que a partir de agosto agora está saindo de mais de 1 milhão de toneladas [mais de 100 mil toneladas / mês] em função da não existência da ferrovia isso vai ser feito por caminhão, levando para São Paulo e Rio de Janeiro. São quase 80 a 100 cargas por dia que vão passar pela rodovia e que passar pela ferrovia assim como outros produtos ”, reforçou Verruck.  

Revitalização exige R $ 2 bilhões em investimentos

A concessionária calcula que são pelo menos R $ 2,2 bilhões para revitalizar a malha de 1,9 mil milhas do trecho que foi construído há mais de 100 anos pela Rede Ferroviária Federal e que inclui o nome de Ferrovia Noroeste do Brasil no século passado, antes de ter sido privatizada, no fim da década de 1990.  

Se a proposta de relicitação for aceita pela ANTT, ela terá de ser referendada pelo Ministério dos Transportes e também pelo Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), órgão ligado à Presidência da República.  

 

Fonte: Correio do Estado

Data: 18/08/2020