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CCR mira eficiência energética e reforça seletividade em novas concessões

11.09.2023 | | Notícias do Mercado

Fonte: Infomoney
Data: 11/09/2023

Há pouco mais de quatro meses no comando da CCR (CCRO3), Miguel Setas se prepara para o primeiro contato público com o mercado. No investor day da empresa, marcado para o fim deste mês, deverá sinalizar prioridades de sua gestão, que buscará entregar uma empresa mais simples, previsível e focada em gerar valor. “O nosso acionista não quer crescer a qualquer custo e, portanto, temos que ser seletivos nos nossos investimentos”, reforça o executivo, em conversa com o IM Business.

Econômico ao falar dos planos da empresa, que reserva para contar no investor day, ele se sente mais à vontade para discorrer sobre como tem, em paralelo à revisão do programa de investimentos, concentrado esforços em acelerar a agenda ESG do grupo. Uma das prioridades é que a empresa tenha energia limpa em 100% de suas operações até o fim do próximo ano. Contratos com fornecedores de energias renováveis e autogeração – a companhia já faz geração própria de 3 megawatts – estão na mesa e a tendência é que a CCR faça um mix dessas ofertas. “Temos que achar um modelo que nos traga eficiência de custo e que possa ser uma fonte de negócios”, explica. A questão está longe de ser trivial para a CCR. O gasto por volta de R$ 400 milhões em energia elétrica por ano e faz dela uma das maiores consumidoras do país, especialmente pela sua vertical de transporte público.

Um dos planos de Setas é implementar trens movidos a hidrogênio verde, tecnologia que ganhou tração nos últimos anos na China, França e Alemanha. Atualmente, existem apenas fornecedores estrangeiros para o produto: a francesa Alstom e a sul-coreana Hyundai Rotem – esta última já fornece trens para a CCR nos metrôs de São Paulo e Salvador. Quanto ao produtor do hidrogênio verde, o executivo diz que vem conversando com o mercado e um acordo firme de abastecimento poderia ser uma possibilidade, com vistas a dar capacidade de investimento a esse fornecedor. O negócio de hidrogênio verde ainda está começando no Brasil e empresas como Unigel, Braskem e EDP têm dado seus primeiros passos na produção do combustível no país.

Ainda no tema ESG, mas no quesito da governança, o CEO da CCR destacou que a empresa passou por transformações profundas nos últimos cinco anos após ter ex-executivos ligados a denúncias de corrupção no governo de São Paulo e no âmbito da Operação Lava Jato, em que profissionais fizeram acordo de delação premiada. Miguel Setas afirma que a empresa aprimorou seu compliance. Ele cita a entrada de Itaúsa e Votorantim na CCR – cada uma possui 10,33% do capital da empresa – há quase dois anos para reforçar seu argumento de que esta é uma questão superada na organização. “Investidores desse porte não entrariam no negócio sem fazer uma diligência robusta.”