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Nova Ferroeste elevará competitividade da indústria paranaense

13.11.2020 | | Notícias do Mercado

Ampliação e modernização da ferrovia aumentam capacidade logística do Paraná

 

Foto: AdobeStock

Uma nova ferrovia para melhorar a competitividade logística do Paraná. Essa é a premissa do Plano Estadual Ferroviário, que reúne representantes de instituições públicas e privadas, de indústrias, cooperativas e empresas de transporte do estado. O grupo de trabalho teve sua primeira reunião em agosto deste ano, dando início aos estudos que servirão de base para a modernização da malha. O foco está na ampliação do Corredor Oeste de Exportação. “A Nova Ferroeste é a espinha dorsal do trabalho. Nossa meta é dotar o Paraná com infraestrutura adequada de transporte ferroviário e promover o crescimento sustentável e perene deste modal”, explica Luiz Henrique Fagundes, coordenador do projeto que é conduzido pela Secretaria de Planejamento e Projetos Estruturantes.

A ampliação do modal ferroviário também está contemplada no Plano Estadual de Logística em Transporte do Paraná (PELT 2035), organizado pelo Conselho Temático de Infraestrutura do Sistema Fiep. “Apenas 10 milhões de toneladas de cargas são movimentadas no Porto de Paranaguá por ferrovias. Esse volume é pequeno quando analisamos o total de cargas do porto, que é de 53 milhões de toneladas”, explica o gerente de Assuntos Estratégicos do Sistema Fiep, João Arthur Mohr.

Planos para a Nova Ferroeste

Neste momento, está em discussão um programa de licitação para obter os investimentos necessários para a remodelagem dos trilhos paranaenses. A Nova Ferroeste está qualificada no Programa de Parcerias de Investimento do Governo Federal desde junho de 2020. Com a desestatização, poderá receber recursos da iniciativa privada para a construção de novos trechos, com uma concessão de 70 anos para retorno do investimento. “Além de viabilizar a transferência de know how existente no Governo Federal em empreendimentos ferroviários, nos aproximamos tecnicamente de órgãos regulatórios como IBAMA e ANTT. Contando com essa parceria e com a execução de todos os estudos técnicos, já contratados e em andamento, conseguiremos colocar em leilão esta nova concessão no final de 2021 ou, mais tardar, início de 2022”, detalha Fagundes.

A Nova Ferroeste ligaria o Paraná ao Mato Grosso do Sul, estendendo os trilhos do trecho Cascavel-Guarapuava até a cidade de Guaíra (PR), Novo Mundo (MS), chegando a Dourados, também no estado vizinho. Com isso, a carga da indústria e do agronegócio do Mato Grosso do Sul pode ser escoada por trens até o Porto de Paranaguá. O projeto ainda prevê a construção de uma ponte que atravessa o rio Paraná em Guaíra, novas ligações entre Guarapuava-Lapa e Lapa-Paranaguá, além de uma nova descida na Serra do Mar. A ferrovia atual, inaugurada em 1885, está defasada para atender às necessidades logísticas do Paraná.

O gerente da Fiep explica que essas mudanças são fundamentais para o desenvolvimento da indústria a longo prazo. “Temos uma limitação do modal ferroviário. Quando o porto estiver movimentando 70 milhões de toneladas por ano – o que deve acontecer em poucos anos, dado o rápido crescimento – precisaremos ter uma ferrovia que transporte pelo menos 50 milhões de toneladas ao ano”, ressalta Mohr.

Desenvolvimento econômico

A Ferroeste fechou o primeiro semestre de 2020 com lucro de R$ 2,3 milhões. Na ligação entre Cascavel e Guarapuava foram transportadas 729,1 mil toneladas, entre janeiro e junho deste ano. Volume 23% superior ao mesmo período de 2019. O resultado é fruto de um acordo entre Ferroeste e Rumo Logística, que hoje utiliza seus vagões para ajudar a escoar a produção do Oeste paranaense.

De acordo com o coordenador do projeto, a Nova Ferroeste será um marco para o desenvolvimento do Paraná. “A disponibilização do modal ferroviário com traçado moderno e que contemple as melhores práticas de engenharia tornará o Paraná competitivo da porteira para fora, com forte redução do custo Brasil e sempre em harmonia com o meio ambiente”, finaliza Luiz Henrique Fagundes.

Fonte: G1

Data: 12/11/2020